02 junho 2015

Vamos falar de retalhos?

 
Vocês conhecem o monstro retalho, aquele que assombra e sofre mutações de volume em ateliês com muita costura? É dele que vamos falar!
Dizer que retalhos são monstros, é uma brincadeira com um fundinho de verdade. Quem acompanha nosso blog sabe que de tempos em tempos domamos nossos retalhos e toda vez prometemos que não deixaremos o cesto acumular e transbordar.
Ok, não vamos mais prometer isso, porque não iremos cumprir. Em meio a produção de encomendas e estoque, é difícil parar tudo para passar, cortar e organizar retalhos. Há quem separe tudo por cores ou temas ao guardá-los. Aqui é tudo junto e misturado no cestão.
O sério desse papo, é que de tempos em tempos, o bicho retalho coloca as garras de fora, o cesto transborda e o caos se instala. Não dá para seguir o trabalho. O cestão rouba toda concentração, gera angustia e entre correr ou enfrentar, enfrentamos sempre! 
 
 
Esta tarefa requer tempo, disposição e boas ferramentas.
Ferro e tábua de passar, base de corte, cortador circular, lâminas afiadas, réguas e tesouras.
É preciso passar bem todos os tecidos antes de cortá-los.
Como são retalhos não dá para alinhar o tecido no fio, e dependendo da pretensão de uso no patchwork, isso pode comprometer a simetria do trabalho final. Para o uso que estipulamos para os nossos retalhos, não é um problema nem comprometerá o resultado da costura.
Cortar não requer força, é mais uma questão de técnica e manuseio adequado dos equipamentos, bons equipamentos.
Ainda assim, é cansativo quando feito neste volume. Hoje pela manhã, acordei com sensação de formigamento na mão direita. É preciso cuidado para evitar lesões, esse trabalho por horas a fio, não é uma rotina aqui, é eventual, passageiro, do contrário, seria forte candidata a uma lesão por esforço repetitivo.


 
O trabalho avança e o resultado aparece.
Aqui sempre cortamos em tiras, quadrados ou no formato DresdenPlate, utilizando réguas de diversos tamanhos, buscando sempre aproveitar os tecidos maiores e refilando depois com réguas menores. Sempre do maior para o menor. 
Por ficarem neste cesto com tampa, são tecidos limpos e livres de pó, ainda que fiquem guardados por algum tempo.
 
 
No final da tarefa, o resultado:
Muitas tiras, que podem ser costuradas e depois refiladas em blocos, unidas para viés reto ou o que a imaginação permitir. Muitos quadrados, de três tamanhos e um menor em formato retangular.
Acabou? 
 
 
Não! Claro que  não acabou.
É aqui que realmente começa o papo dos retalhos.
Esses retalhos são a parte que nos serve!
A parte que será usada no Atelier Caseiro.
A parte que terá um novo destino, que vai virar uma(várias) costura(s) na primeira oportunidade.
 
Como assim a parte que serve?
Tem parte que não serve? Tem sim.
 
Só faz sentido acumular retalhos se forem utilizados depois. Lembrando aqui o processo de guardar, passar, cortar e reutilizar. 
 
Todo mundo que trabalha com tecido, guarda retalhos.
Sim, com certeza temos vários acumuladores compulsivos. Pessoas que guardam sem nem saber para quê ou por quê.
Guardam porque outros guardam.
Porque é certo guardar ou porque quem guarda sempre tem. 
 
Só que nem todo mundo usa retalhos.
Nem todo mundo corta os retalhos e costura os retalhos.
Então guarda-los para quê?
Porque todo mundo sabe que retalho vale dinheiro$.
 
Não! Não mesmo. Retalho só vale dinheiro$ se for usado.
Do contrário, seus dinheiro$ estarão juntando pó, ácaros e ainda gastando os dinheiro$ reais da sua carteira com antialérgico!
 
Se não usa, não precisa jogar retalhos fora. Mas não precisa acumular.
Vende! Sabia que tem gente que compra retalho? Queriam comprar os retalhos aqui do Atelier.
Troca! Sabia que dá para trocar? Mas como calcular a medida de um retalho? Vai pelo peso. Troca 200g de tricoline por retros de linha grande, por meio metro de tecido novo que você vai usar...
Troca pelo que você precisa, com quem precisa dos retalhos que você tem, mas não junta ácaros no seu ateliê, por favor!
Não junta bagunça, não deixa o ateliê um caos.
 
Se não for costurar retalhos, saiba que você não vai forrar uma tonelada de botões, nem fazer um milhão de patchcolagem/aplicações, nem vai passar, cortar e ordenar, se não pretende usar!
Então faz esse entulho circular.
Coloca a energia para rodar. Passa adiante!
Não, não manda para cá não, já temos o suficiente.  
E damos destino para os nossos panos...
Depois de cortar, cortar e cortar um pouco mais, sobrou muita rebarbinha do que foi refilado com a régua.
Lixo? Se não tiver uso melhor, com certeza.
 
 
Mas como é tecido 100% algodão, nós utilizamos para rechear um colchão novo para os nossos peludos. Pegamos um soft que estava parado e ainda é bem quentinho para o inverno rigoroso que já vem dando as caras.
Parece que nossos au-aus aprovaram. 

 
E aí, agora acabou? Não!
Ainda sobrou tecido, pequeno é verdade, mas que serve para quem trabalha com micro patchwork... Não serve para fuxicar nem para hexies porque realmente são tecidos pequeninos demais, mas para quem trabalha com foundation é um prato cheio. Nós não trabalhamos e por isso o sacolão vai circular ;)
 

 
Para encerrar de verdade o post, promete que vai definir o que fazer dos retalhos? Promete que vai ordenar o caos e que não vai gastar dinheiro$ com antialérgico e nem deixar dinheiro$ de pano juntando ácaros e pó?
Promete vai?
E depois conta aqui pra gente. ♥  



Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Aninha este post veio bem a calhar. Deixa eu te contar acabo de comprar um armário pequeno para guardar meus tecidos. Tenho que confessar mais não vai rir rsrsrsrsrsrs........
Estava guardando em uma bolsa grande de viagem por falta de espaço,então imagina como estão amassados e uma loucura. O armário ainda não chegou mas já vou dar início a árdua tarefa de organizar,passar e cortar tudo.Já anotei todas as suas dicas no meu caderninho de aprendiz de artesã rsrsrsrsrsrs....... Bjs e obrigada por dividir sua rotina conosco. Isso nos ajuda e inspira também.